quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Afinal de contas o que é TI?

Uma dúvida recorrente no meio acadêmico e profissional ligado à computação e sistemas de informação é o escopo real de TI. Quando falamos de TI estamos falando de sistemas ou de hardware? Infra-estrutura está no escopo ou "é" o escopo? Desenvolvimento de sistemas faz parte de TI? Engenharia de Software faz parte de TI?

Bem, existe uma definição oficial do tema. Segundo a Information Technology Association of America (ITAA), TI é "o estudo, projeto, desenvolvimento, implementação, suporte e gerenciamento de sistemas de informação baseado em computador, particularmente aplicações de software e hardware de computador".

Assim sendo, qualquer atividade que esteja focada na produção de sistemas ou na infra-estrutura que os suporte, desde o planejamento até a manutenção da produção, está no escopo de TI.

Então se você desenvolve, é consultor de metodologias, engenheiro de software, administrador de sistema, DBA, administrador de storage, analista de qualidade de sistemas, analista de teste, especialista de comunicação... enfim, qualquer papel exercido que contribua de forma direta para o desenvolvimento e manutenção da produção de sistemas de informação baseados em computador está no escopo de TI.

sábado, 3 de janeiro de 2009

XBRL

Já ouviu falar de XBRL? Não? Então fique de olho.

Em 17/12/2008, por 4 votos a 1, a Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA determinou que as 500 maiores companhias listadas na bolsa devem, a partir de meados de 2009, passar a elaborar seus relatórios utilizando a tecnologia conhecida como XBRL, ou extensible business reporting language.

Lembrando que o ano fiscal americano inicia em julho, isso é um indicativo que a partir segundo semestre de 2009 a regra já estará valendo. Segundo a comissão, as demais empresas também passarão a ter a mesma exigência dentro de um período de dois anos. A SEC também votou de forma favorável para que fundos mútuos arquivem suas informações de risco e retorno usando o XBRL, para tornar mais fácil a avaliação da performance, risco e seus orçamentos.

Como consta no site do consórcio, a "XBRL está sendo desenvolvida por um consórcio internacional sem fins lucrativos composto por aproximadamente 450 grandes companhias, organizações e agências governamentais. É um padrão aberto, livre de honorários".

Como se identifica pelo nome, a XBRL pertence à família da XML e seu propósito definir padrões estruturais para relatórios e demonstrativos financeiros e contábeis, facilitando o intercâmbio destas informações entre organizações, departamentos e com o governo, facilitando a troca, o processamento, comparações e análises. Dentro os tags definidos podemos citar um tag para identificar a moeda, o tipo de dado, contexto de negócio e por aí vai.

Veja o exemplo a seguir extraído do site do consórcio. Abaixo, o relatório que se deseja representar em XBRL
e aqui, o equivalente em XBRL:


Assim como vem acontecendo com os profiles XML, a XBRL já traz algumas taxonomias de relatórios aprovadas e reconhecidas pelo consórcio específicas para alguns países e necessidades de mercado, como por exemplo para relatórios de responsabilidade social e bancos.

Quem já trabalhou com troca de informações financeiras entre instituições, principalmente quando são baseados em moedas diferentes, sabe a dor de cabeça que é construir os parsers e as regras de transformação para cada caso. Com o uso de XBRL esta é uma tarefa que só precisará ser feita uma vez e de forma muito mais simplificada.

A IBM já recomendou a XBRL como base para um padrão global de prestação de contas sobre risco, agilizando a análise de mercados e da saúde das empresas, com destaque para aquelas de capital aberto.

Portanto, é provável que XBRL se torne um padrão de mercado e que venha a ser largamente utilizado não só para as trocas de informação inter-empresas, mas também dentro das próprias organizações, facilitando o armazenamento e a carga de informações para bases OLAP.

Para mais informações:
Consórcio XBRL - http://www.xbrl.org/
http://www.itweb.com.br/noticias/index.asp?cod=53623

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Você é político dentro de sua empresa ?

Vamos começar 2009 abordando um tema dos mais chatos, subjetivos e, apesar disso, importantes para o mundo dos negócios: a política dentro das organizações.

Na sua raiz, política refere-se às relações em sociedade e à "felicidade coletiva". O tema está nas bases da filosofia, sendo atribuída ao caríssimo Aristóteles a famosa frase "o homem é um animal político".

Uma organização é um ecossistema suportado por leis e regras próprias daquele ambiente, moldadas pelo mercado e pelas pessoas nele inseridas. Com o passar do tempo, as organizações começam a sedimentar posturas éticas e comportamentais de grupo próprias, particulares, formando aquilo que chamamos de "cultura organizacional".

Dentro deste ambiente, o profissional deve guiar suas ações por duas linhas. Uma, objetiva, consiste em aplicar seu conhecimento e experiência, no caráter técnico e organizacional, visando alcançar os objetivos da organização (normalmente suportados por um planejamento estratégico). Neste contexto, o profissional é uma das engrenagens que faz a máquina corporativa funcionar. No entanto existe uma outra linha, subjetiva, onde o profissional tem que orquestrar os relacionamentos dentro da empresa, buscando suporte às suas idéias e ações, por parte dos superiores, pares e subordinados, para que consiga executar de forma eficiente suas atividades.

À primeira vista, para quem tem uma mente mais objetiva, ficamos imaginando por que precisamos de "convencimento", "apoio", "relacionamento" para conseguir trabalhar direito, partindo da premissa que nossas ações estão embasadas num desdobramento tático de um plano estratégico corporativo.

Ora, felizmente ou infelizmente não estamos lidando com máquinas. As pessoas possuem ego, interesses pessoais, afetos e desafetos e até variações de humor que podem afetar o desempenho das relações profissionais, do ponto de vista do resultado corporativo. Existem as desavenças departamentais, quando por exemplo o diretor de compras simplemente odeia o diretor de logística (talvez não torçam para o mesmo time) e por isso faz de tudo para empacar as demandas da área de logistica, obviamente sempre dando um jeitinho de deixar claro que a culpa pelos atrasos e problemas foi alguma incompetência da área desafeta.

Outro ponto importante é a cultura. Existem organizações que estimulam a cooperação, enquanto em outras há o "status quo" de que todo mundo tem que implorar para conseguir apoio a suas atividades.

Infelizmente é uma verdade com que temos que conviver e faz parte sim da maturidade profissional aprender a navegar nesse mar de incertezas comportamentais. No entanto certamente iremos passar por ambientes onde será impossível manter-se inserido na cultura (ou seja, o nosso santo não bate com o da empresa). Nestes casos, sinceramente, entre a felicidade da empresa e a minha, fico com a última e vou embora para o mercado.

Para finalizar, vamos citar Max Gehringer, num artigo de 2006 para a revista Época, quando respondeu o que significa ser político dentro de uma empresa:

"É fazer o que os políticos de verdade fazem, com aquela competência pegajosa:
  1. Aprender a engolir sapos, e ainda pedir para repetir o prato;
  2. Saber costurar alianças profissionais, mesmo que a outra pessoa seja detestável;
  3. Aceitar as críticas com ar de humildade;
  4. Não se prevalecer de um cargo, ou de uma situação, para humilhar ou menosprezar colegas;
  5. Elogiar quem mercer um elogio;
  6. Dar sempre a impressão de que está disposto a colaborar;
  7. Ser um bom ouvinte.
Em síntese, ser político numa empresa é ter todas as obrigações que um político profissional tem. Sem nenhuma das vantagens que eles têm".

Ou seja, é ter muito, mas muito saco. Mesmo as mulheres.

Planejamento 2009

Vamos começar 2009 reativando o blog, que ficou dois meses parados para uma pequena "revisão de posicionamento", se é que podemos dizer isto.

O foco do blog continua o mesmo - a fascinante área onde tecnologia e negócios se tocam - e vou fazer no mínimo postagens semanais.

Vou tentar equilibrar o teor técnico incluindo temas que envolvem o aspectos de posicionamento profissional, gestão e mercado.

Em breve irei iniciar um outro blog, mais voltado às coisas da vida (filosofia barata?)... então, aviso a vocês.

Espero que meus textos sejam boas contribuições para vocês.

Abraços e que 2009 seja um sucesso para todos nós!