sábado, 3 de janeiro de 2009

XBRL

Já ouviu falar de XBRL? Não? Então fique de olho.

Em 17/12/2008, por 4 votos a 1, a Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA determinou que as 500 maiores companhias listadas na bolsa devem, a partir de meados de 2009, passar a elaborar seus relatórios utilizando a tecnologia conhecida como XBRL, ou extensible business reporting language.

Lembrando que o ano fiscal americano inicia em julho, isso é um indicativo que a partir segundo semestre de 2009 a regra já estará valendo. Segundo a comissão, as demais empresas também passarão a ter a mesma exigência dentro de um período de dois anos. A SEC também votou de forma favorável para que fundos mútuos arquivem suas informações de risco e retorno usando o XBRL, para tornar mais fácil a avaliação da performance, risco e seus orçamentos.

Como consta no site do consórcio, a "XBRL está sendo desenvolvida por um consórcio internacional sem fins lucrativos composto por aproximadamente 450 grandes companhias, organizações e agências governamentais. É um padrão aberto, livre de honorários".

Como se identifica pelo nome, a XBRL pertence à família da XML e seu propósito definir padrões estruturais para relatórios e demonstrativos financeiros e contábeis, facilitando o intercâmbio destas informações entre organizações, departamentos e com o governo, facilitando a troca, o processamento, comparações e análises. Dentro os tags definidos podemos citar um tag para identificar a moeda, o tipo de dado, contexto de negócio e por aí vai.

Veja o exemplo a seguir extraído do site do consórcio. Abaixo, o relatório que se deseja representar em XBRL
e aqui, o equivalente em XBRL:


Assim como vem acontecendo com os profiles XML, a XBRL já traz algumas taxonomias de relatórios aprovadas e reconhecidas pelo consórcio específicas para alguns países e necessidades de mercado, como por exemplo para relatórios de responsabilidade social e bancos.

Quem já trabalhou com troca de informações financeiras entre instituições, principalmente quando são baseados em moedas diferentes, sabe a dor de cabeça que é construir os parsers e as regras de transformação para cada caso. Com o uso de XBRL esta é uma tarefa que só precisará ser feita uma vez e de forma muito mais simplificada.

A IBM já recomendou a XBRL como base para um padrão global de prestação de contas sobre risco, agilizando a análise de mercados e da saúde das empresas, com destaque para aquelas de capital aberto.

Portanto, é provável que XBRL se torne um padrão de mercado e que venha a ser largamente utilizado não só para as trocas de informação inter-empresas, mas também dentro das próprias organizações, facilitando o armazenamento e a carga de informações para bases OLAP.

Para mais informações:
Consórcio XBRL - http://www.xbrl.org/
http://www.itweb.com.br/noticias/index.asp?cod=53623

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