quarta-feira, 13 de maio de 2009

Google melhora (de novo) com novas opções de busca

O Google andou melhorando novamente sua engine de busca, apresentando agora mais informações relacionadas ao resultado, mais opções para o refinamento e para melhorar a visualização dos resultados associados a uma pesquisa. A notícia saiu ontem no blog do Google e não sei se estava no ar há algum tempo.

Para experimentar, usei a pesquisa abaixo:
http://www.google.com/search?hl=en&q=cryptographic+key+management

A primeira coisa que percebemos é a disponibilidade de exibir e esconder as opções de refinamento e visualização (logo à esquerda - Show Options e Hide Options)


Dentre as opções disponíveis, duas das que achei mais interessantes são a possibilidade de visualizar em uma estrutura hierárquica as pesquisas relacionadas e a quantidade de resultados no tempo.

No caso da visualização hierárquica, que eles chamam de "Wonder Wheel" (conforme figura abaixo), são apresentadas temas fortemente relacionados e a cada clique nas opções vamos navegando nas estruturas e refinando o foco da pesquisa.

Nos resultados no tempo, o Google apresenta uma distribuição dos resultados no tempo, mostrando em que momento do tempo o assunto se tornou mais relevante à medida em que mais artigos foram publicados. Obviamente que resultados anteriores à época da internet referem-se a textos que foram processados para extrair o seu contexto temporal.

Mais uma vez, clicando nos "clusters" de períodos de tempo, conseguimos novos refinamentos, conseguindo chegar no detalhe do mês do ano ao qual as informações estão relacionadas (não tentei chegar no detalhe de semana ou dia, ainda não sei se é possível).


A pesquisa está contextualizada, o que permite à engine perceber que o tema "restaurante" pode requerer um refinamento por cidade e, assim, a engine apresenta automaticamente a opção.

Está claro que o Google está se tornando muito mais que uma ferramenta de busca, caminhando claramente para um modelo de mineração de dados onde já inclui todos os recursos da Web2.0 e incluindo funcionalidades interessantes como a navegação hiperbólica.

Só tenho mais motivos para confirmá-la como a melhor engine de navegação.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Monitorando o teclado pelo rádio

Encontrei um artigo interessante no blog do Hugo Martins (deve ser primo distante :-) que trata do monitoramento da digitação por sinais de rádio freqüência (veja o artigo completo aqui).

O interessante é que isto não é, de forma nenhuma, novidade.

Lembro-me que por volta de 1986, quando eu ainda brincava de programação e eletrônica no meu saudoso TK2000 II (que deve estar em algum lugar lá na casa de meus pais) era frequente sintonizarmos a TV em algum canal e percebermos que a cada tecla digitada um som diferente surgia. Após algum tempo "fuçando" consegui fazer um radiozinho para capturar o sinal, filtrar (mal e porcamente) e com isso comecei a identificar as teclas pressionadas "de ouvido".

Agora fico pensando se alguém com um microfone direcional seria capaz de "ler" as teclas pressionadas por uma pessoa em um caixa eletrônico qualquer.

É, mais preocupação para o pessoal de segurança da informação.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Java na Nuvem

Infelizmente o dia-a-dia está tomando muito tempo e estou tendo que "espaçar" um pouco mais a escrita do blog, mas o importante é que estou aqui de volta e vou tentar sempre ser mais presente.

A notícia de hoje já está na midia há algum tempo (quase um mês) mas vale a pena falar de novo.

Em 07/04/2009 o Google anunciou a possibilidade de uso de Java para programar a Google App Engine (veja aqui), que viabiliza a utilização da infraestrutura do Google para manter aplicações "na nuvem" (cloud computing).

Para quem já experimentou o ambiente de desenvolvimento e de produção em Python, já viu que o desenvolvimento é extremamente fácil e simples, e os testes na máquina local são também muito fáceis de se conduzir.

Apesar da simplicidade do desenvolvimento com Python, a uniformidade no uso da linguagem Java nas várias camadas é algo que os desenvolvedores vinham cobrando e que agora é algo recebido com muita alegria.

Quem gosta de desenvolver em Java precisa experimentar o desenvolvimento usando o GoogleWebToolkit + GoogleAppEngine. Eu que já gostei do desenvolvimento em Python, sei que vou ter algo para me divertir no final de semana. :-)

terça-feira, 3 de março de 2009

Cotas raciais nas universidades: Para que mais preconceito?

Dois de meus artigos anteriores revisitaram o tema da qualidade na educação em TI. Coincidentemente chega às minhas mãos a revista Veja de 04/03/2009 que, dentre outros artigos igualmente interessantes, possui um que em especial mexeu com aquele "eu" que tenho aqui dentro, que vive indignado com a incompetência e falta de inteligência de nossos governantes. O tema é a questão das cotas raciais nas universidades.

Que país é esse que para fingir que é capaz de solucionar problemas históricos de uma hora para outra cria uma solução tão abominável, tão imbecil, que só terá como efeito aumentar o preconceito e as diferencas raciais? Que país é esse que atribui seu sucesso à diversidade, que prega uma riqueza cultural fruto de uma intensa mistura de raças, que prega a tolerância e igualdade, e que agora vem dizer que as pessoas devem ser privilegiadas pela sua cor, pela sua raça, ou por débitos sociais do passado, e não pelo mérito pessoal? Tem algum valor o inciso quarto do artigo terceiro de nossa constituição? Para que serve aquela porcaria de artigo quinto? Ou talvez eu esteja levando muito a sério aquele texto escrito pelos incompetentes que vem ocupando os cargos maiores de nossa política (Desculpe mas não dá para chamar isso de governantes).

Temos um governo covarde, incapaz de encarar suas incompetências e de trabalhar, de fato, no sentido de buscar a igualdade social no longo prazo. Desde quando o problema da educação será resolvido nas universidades? Não é preciso ter diploma e ser professor para saber que um pobre coitado que estudou nas ridículas escolas públicas de nosso país será incapaz de acompanhar o nível de exigência das federais. Ou será que também teremos um sistema de avaliação em separado para os negros, onde as provas a eles aplicadas tenham peso diferente daquelas aplicadas aos brancos? E a OAB, vai aplicar um teste especial para os negros? Teremos residência médica com nível diferente de exigência para negros e brancos? O governo pagará terapia para aqueles que não conseguirem sucesso após 5 anos de curso com pouca possibilidade aproveitamento? Certamente a resposta será um sonoro NÃO, para todas estes questionamentos.

A maioria dos cursos das federais tem de 4 a 5 anos de duracão. Como professor universitário posso afirmar que é simplesmente impossível sanar as deficiências oriundas do primeiro e segundo graus e, ao mesmo tempo, preparar o aluno para o competitivo mercado de trabalho. O resultado será obvio: os 50% que entraram na faculdade sem o preparo necessário serão selecionados pelo mercado. Certamente os empregadores passarão a selecionar os candidatos pela sua cor... afinal, é de se imaginar que um branco terá conseguido melhor aproveitamento que um negro que tenha entrado pelo regime de cotas. Hoje já é fato que existe um preconceito na selecão entre alunos de federais e particulares. Como profissional de mercado, sei disso. A coisa só vai piorar.

Se é para falarmos de cotas, cadê as cotas para nordestinos, para favelados, para índios, amazonenses que vivem nas florestas e beiras de rio. Ora, por que não criar uma lei que obrigue as escolas particulares de primeiro e segundo grau a oferecerem 50% de suas vagas de forma gratuita, ou bancada pelo governo, para os "oprimidos"? .

Não, nenhuma destas solucões bizarras surtiria resultado.

O problema das desigualdades sociais está na educacão de base, na raiz do problema, único local de onde será possível partir para um país mais justo. O que é preciso é que o governo cumpra a sua responsabilidade e obrigacão com a educacão e que sejam feitas leis que obriguem a continuidade das ações de melhoria da educação ao longo de cada mandato, suportada por um plano estratégico de longo prazo, por que não será em 4 nem em 8 anos que esse problema será resolvido.

O que precisamos hoje é de uma educacão primária e secundária que seja muito, mas muito melhor que as de primeiro mundo. Nosso caríssimo presidente prega que investimos em educação o mesmo que os países de primeiro mundo, só que ele se esquece que a educação deles já é de primeiro mundo e, portanto, o investimento deles é para manutencão e não para construção. Ou será que uma pessoa que sofre de grave câncer precisa da mesma dose de analgésico que alguém que tem uma simples dor de cabeca? Nossa educacão está muito doente e precisa de tratamento condizente.

Precisamos de escolas públicas de período integral, onde os alunos possam aprender no mínimo inglês e espanhol, que possam estudar música, sociologia e até mesmo política, para que tenhamos cidadãos preparados para a selecão dos governantes. A profissão de professor da rede pública precisa ser valorizada, ao ponto de haver grande concorrência para estes cargos e que, com isso, tivéssemos os melhores profissionais preparando nossas crianças.

Será que o dinheiro que suporta movimentos delinquentes como o MST não poderia ser melhor aplicado numa política de base? Será que os milhões gastos em assistencialismo não seriam melhor investidos em escolas que mantivessem nossas criancas aprendendo o dia todo, preparando cidadãos bem alimentados e bem formados?

É claro, o governo irá alegar que não tem verba para promover tal investimento em todo país. Concordo em parte. Acabei de ler um artigo na Agência Brasil, dizendo que nosso país irá doar US$ 10 milhões para a reconstrução da Faixa de Gaza. Pelo jeito está sobrando muito, mas muito dinheiro.

A questão é que este dinheiro não é suficiente? Ótimo, sejamos seletivos. Se é para sermos seletivos, que selecionemos não pela cor, mas pela necessidade. Se não há recursos para resolver o problema em todo o país, vamos implantar as melhores escolas junto às populacões mais carentes. Vamos selecionar o ingresso nessas escolas pela carência social e pela dedicacão. E vamos tratar todos estes alunos de forma igual, sejam brancos, negros, pardos, mulatos, mamelucos, nordestinos, paulistanos... que sejam todos brasileiros igualmente respeitados e merecedores de uma distribuição justa dos recursos que vem dos bolsos de cada um de nós.

É fácil desviar o olhar de uma populacão mal formada, carente de conciência política, e fazer brilhar a estrela de acões politiqueiras como é esse esquema preconceituoso das cotas raciais nas universidades. Difícil é assumir a responsabilidade constituicional que cabe a nossos governantes e criar um plano de recuperacão social que só surtirá resultado daqui a 3 ou 4 mandatos, quando o então presidente poderá nem ser do partido do idealizador. Por que, afinal, estes planos não são do partido e sim do povo e é para este último que os governantes devem trabalhar.

Neste contexto geral de qualidade da educação, vale dar os parabéns para o senador Cristovam Buarque, que apresentou projeto de lei que deverá obrigar os filhos de políticos a estudar em escolas públicas. Pode ser um caminho para "estimular" a atenção para onde os investimentos são realmente necessários.

Quero terminar este artigo com um apelo: posicionem-se contra este absurdo. Divulgem, critiquem, comentem, se expressem.

E para terminar, desculpem o tom de indignação. Mas não dá para ficar sereno com essas notícias.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Vagas existem, mas os candidatos não estão qualificados - v2009

Conforme bem lembrado por um leitor do meu blog, em 2006 dei uma entrevista ao Correio de Uberlândia, tratando do tema da existência de grande quantidade de vagas na área de TI sem candidatos com qualificação mínima aos cargos.

Naquela época eu e outros profissionais de TI de Uberlândia apontávamos para o problema da baixa qualidade do ensino superior na região, o que na verdade é um problema nacional.

Vale dar uma lida. O tema continua atual.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Os rumos da educação em TI

Esse é um dos assuntos que mais me interessam e motivam. Primeiro, por que sou professor de cursos de graduação e pós-graduação há mais de 10 anos. Segundo, por que são estes profissionais recém-saídos das faculdades a massa crítica em que fico de olho para cobrir as vagas disponíveis nos times sob minha gestão e para encaminhar aos clientes para quem presto consultoria.

Desde que iniciei minha vida acadêmica em 1989, ainda como aluno do curso de engenharia eletrônica, ficou evidente um forte distanciamento entre as universidades e as empresas. De um lado, as empresas não tinham um foco em P&D (pesquisa e desenvolvimento) e, como resultado, muitas utilizavam tecnologias desatualizadas, perdiam oportunidade de melhorar seus processos pela falta de contato com novas tecnologias e de se beneficiarem de processos de inovação que são nativos dentro dos ambientes acadêmicos. Do outro lado, as faculdades acabavam oferecendo uma abordagem para o conteúdo das disciplinas bastante distante da realidade de mercado, o que é até hoje suportado por uma política educacional retrógrada que restringe a participação de professores universitários (das federais) em atividades de consultoria e projetos junto às empresas. Para quem não sabe, em geral os professores universitários federais estão sujeitos a uma modalidade de contratação que os coloca no regime de "DE" (dedicação exclusiva), o que os proíbe de atuar no mercado ou quando permite, através de unidades de fomento dentro das universidades, restringe em muito os valores recebidos pelos pesquisadores nestas "consultorias", o que acaba por desmotivá-los.

Em 1996 iniciei minha experiência como professor de cursos de graduação e pós-graduação em computação, em cursos de 5 anos de duração em algumas faculdades particulares. Foi uma experiência extremamente gratificante pois a inclusão de temas "da crista da onda" em sala de aula, com uma abordagem voltada para a aplicação no mercado, era algo muito bem recebido. Foi assim que tive a oportunidade de implantar o ensino da UML ainda em 1997 e do desenvolvimento em JavaEE no começo do ano 2000, quando poucas empresas mal falavam do assunto. Foi também esse relacionamento faculdade-empresa que me deu a oportunidade de levar os conteúdos de sala de aula para aplicações do mundo real, através dos trabalhos de consultoria.

Infelizmente ao longo dos anos veio ocorrendo um processo de massificação da educação da educação superior, o que seria algo extremamente positivo se não viesse acompanhada de uma redução proporcional da qualidade e da quantidade do conteúdo abordado.

Com a desculpa de buscar uma “adaptação às exigências do mercado”, as faculdades iniciaram um processo de redução da duração dos cursos de graduação, chegando ao absurdo de encontrarmos anúncios de “graduação em 2 anos” ou “graduação mais uma pós-graduação em 3 anos”. As faculdades apresentam sua defesa afirmando que estes cursos focam as pessoas que já estão no mercado e que não tem um diploma, mas para esta desculpa ser válida o processo seletivo para ingresso nestes cursos deveria incluir uma avaliação criteriosa da experiência de mercado destas pessoas, só que isto não ocorre. Qualquer um entra nestes cursos.

Infelizmente estes ingressantes são iludidos com a falsa promessa de que o diploma lhes garantirá um emprego. Triste ilusão. Atualmente as empresas, principalmente de TI, estão focando num processo seletivo rigoroso, que avalia conhecimento técnico, formação e experiência. Conheço vários executivos que excluem de imediato os candidatos sem experiência de mercado que fizeram cursos de duração inferior a 4 anos.

O fato é que o mercado de TI é um dos mercados mais competitivos que existem. A todo ano surgem novas tecnologias e se você não estiver atualizado dificilmente conseguirá manter-se em boa posição ao longo do tempo, mesmo que você esteja focando uma posição gerencial. As posições gerenciais em TI, além do conhecimento de gestão de projetos, pessoas e negócios, exigem forte embasamento técnico para que a comunicação com o time ocorra de forma tranquila.

Se você é um profissional com experiência de vários anos de mercado mas não tem uma formação universitária, procure uma faculdade que realmente forneça conteúdo de qualidade para suportar sua experiência. Conheço muitos bons profissionais, técnicos com vários anos de experiência, que empacam quando surgem temas como teste de stress, complexidade algoritmica, desenvolvimento multi-threading, estruturas de dados e temas afins que são ferramentas que esperamos que um bom técnico domine e que, vez por outra, são requeridas para a solução de problemas.

Se você está para ingressar na faculdade, fique esperto. Estude a estrutura do curso, discuta as ementas com amigos com boa formação e que sejam atuantes no mercado. Verifique o corpo docente. Em TI é fundamental uma boa formação acadêmica aliada a uma forte experiência de mercado. Professores sem este perfil dificilmente contribuirão com a sua formação. E prepare-se para estudar muito, mas muito, fora da sala de aula.

E, finalmente, lembre-se que para toda regra existem exceções. Temos sim faculdades particulares excelentes. Temos sim professores formados em faculdades de 2ª linha que são excelentes. Mas, infelizmente, são exceções.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Afinal de contas o que é TI?

Uma dúvida recorrente no meio acadêmico e profissional ligado à computação e sistemas de informação é o escopo real de TI. Quando falamos de TI estamos falando de sistemas ou de hardware? Infra-estrutura está no escopo ou "é" o escopo? Desenvolvimento de sistemas faz parte de TI? Engenharia de Software faz parte de TI?

Bem, existe uma definição oficial do tema. Segundo a Information Technology Association of America (ITAA), TI é "o estudo, projeto, desenvolvimento, implementação, suporte e gerenciamento de sistemas de informação baseado em computador, particularmente aplicações de software e hardware de computador".

Assim sendo, qualquer atividade que esteja focada na produção de sistemas ou na infra-estrutura que os suporte, desde o planejamento até a manutenção da produção, está no escopo de TI.

Então se você desenvolve, é consultor de metodologias, engenheiro de software, administrador de sistema, DBA, administrador de storage, analista de qualidade de sistemas, analista de teste, especialista de comunicação... enfim, qualquer papel exercido que contribua de forma direta para o desenvolvimento e manutenção da produção de sistemas de informação baseados em computador está no escopo de TI.

sábado, 3 de janeiro de 2009

XBRL

Já ouviu falar de XBRL? Não? Então fique de olho.

Em 17/12/2008, por 4 votos a 1, a Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA determinou que as 500 maiores companhias listadas na bolsa devem, a partir de meados de 2009, passar a elaborar seus relatórios utilizando a tecnologia conhecida como XBRL, ou extensible business reporting language.

Lembrando que o ano fiscal americano inicia em julho, isso é um indicativo que a partir segundo semestre de 2009 a regra já estará valendo. Segundo a comissão, as demais empresas também passarão a ter a mesma exigência dentro de um período de dois anos. A SEC também votou de forma favorável para que fundos mútuos arquivem suas informações de risco e retorno usando o XBRL, para tornar mais fácil a avaliação da performance, risco e seus orçamentos.

Como consta no site do consórcio, a "XBRL está sendo desenvolvida por um consórcio internacional sem fins lucrativos composto por aproximadamente 450 grandes companhias, organizações e agências governamentais. É um padrão aberto, livre de honorários".

Como se identifica pelo nome, a XBRL pertence à família da XML e seu propósito definir padrões estruturais para relatórios e demonstrativos financeiros e contábeis, facilitando o intercâmbio destas informações entre organizações, departamentos e com o governo, facilitando a troca, o processamento, comparações e análises. Dentro os tags definidos podemos citar um tag para identificar a moeda, o tipo de dado, contexto de negócio e por aí vai.

Veja o exemplo a seguir extraído do site do consórcio. Abaixo, o relatório que se deseja representar em XBRL
e aqui, o equivalente em XBRL:


Assim como vem acontecendo com os profiles XML, a XBRL já traz algumas taxonomias de relatórios aprovadas e reconhecidas pelo consórcio específicas para alguns países e necessidades de mercado, como por exemplo para relatórios de responsabilidade social e bancos.

Quem já trabalhou com troca de informações financeiras entre instituições, principalmente quando são baseados em moedas diferentes, sabe a dor de cabeça que é construir os parsers e as regras de transformação para cada caso. Com o uso de XBRL esta é uma tarefa que só precisará ser feita uma vez e de forma muito mais simplificada.

A IBM já recomendou a XBRL como base para um padrão global de prestação de contas sobre risco, agilizando a análise de mercados e da saúde das empresas, com destaque para aquelas de capital aberto.

Portanto, é provável que XBRL se torne um padrão de mercado e que venha a ser largamente utilizado não só para as trocas de informação inter-empresas, mas também dentro das próprias organizações, facilitando o armazenamento e a carga de informações para bases OLAP.

Para mais informações:
Consórcio XBRL - http://www.xbrl.org/
http://www.itweb.com.br/noticias/index.asp?cod=53623

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Você é político dentro de sua empresa ?

Vamos começar 2009 abordando um tema dos mais chatos, subjetivos e, apesar disso, importantes para o mundo dos negócios: a política dentro das organizações.

Na sua raiz, política refere-se às relações em sociedade e à "felicidade coletiva". O tema está nas bases da filosofia, sendo atribuída ao caríssimo Aristóteles a famosa frase "o homem é um animal político".

Uma organização é um ecossistema suportado por leis e regras próprias daquele ambiente, moldadas pelo mercado e pelas pessoas nele inseridas. Com o passar do tempo, as organizações começam a sedimentar posturas éticas e comportamentais de grupo próprias, particulares, formando aquilo que chamamos de "cultura organizacional".

Dentro deste ambiente, o profissional deve guiar suas ações por duas linhas. Uma, objetiva, consiste em aplicar seu conhecimento e experiência, no caráter técnico e organizacional, visando alcançar os objetivos da organização (normalmente suportados por um planejamento estratégico). Neste contexto, o profissional é uma das engrenagens que faz a máquina corporativa funcionar. No entanto existe uma outra linha, subjetiva, onde o profissional tem que orquestrar os relacionamentos dentro da empresa, buscando suporte às suas idéias e ações, por parte dos superiores, pares e subordinados, para que consiga executar de forma eficiente suas atividades.

À primeira vista, para quem tem uma mente mais objetiva, ficamos imaginando por que precisamos de "convencimento", "apoio", "relacionamento" para conseguir trabalhar direito, partindo da premissa que nossas ações estão embasadas num desdobramento tático de um plano estratégico corporativo.

Ora, felizmente ou infelizmente não estamos lidando com máquinas. As pessoas possuem ego, interesses pessoais, afetos e desafetos e até variações de humor que podem afetar o desempenho das relações profissionais, do ponto de vista do resultado corporativo. Existem as desavenças departamentais, quando por exemplo o diretor de compras simplemente odeia o diretor de logística (talvez não torçam para o mesmo time) e por isso faz de tudo para empacar as demandas da área de logistica, obviamente sempre dando um jeitinho de deixar claro que a culpa pelos atrasos e problemas foi alguma incompetência da área desafeta.

Outro ponto importante é a cultura. Existem organizações que estimulam a cooperação, enquanto em outras há o "status quo" de que todo mundo tem que implorar para conseguir apoio a suas atividades.

Infelizmente é uma verdade com que temos que conviver e faz parte sim da maturidade profissional aprender a navegar nesse mar de incertezas comportamentais. No entanto certamente iremos passar por ambientes onde será impossível manter-se inserido na cultura (ou seja, o nosso santo não bate com o da empresa). Nestes casos, sinceramente, entre a felicidade da empresa e a minha, fico com a última e vou embora para o mercado.

Para finalizar, vamos citar Max Gehringer, num artigo de 2006 para a revista Época, quando respondeu o que significa ser político dentro de uma empresa:

"É fazer o que os políticos de verdade fazem, com aquela competência pegajosa:
  1. Aprender a engolir sapos, e ainda pedir para repetir o prato;
  2. Saber costurar alianças profissionais, mesmo que a outra pessoa seja detestável;
  3. Aceitar as críticas com ar de humildade;
  4. Não se prevalecer de um cargo, ou de uma situação, para humilhar ou menosprezar colegas;
  5. Elogiar quem mercer um elogio;
  6. Dar sempre a impressão de que está disposto a colaborar;
  7. Ser um bom ouvinte.
Em síntese, ser político numa empresa é ter todas as obrigações que um político profissional tem. Sem nenhuma das vantagens que eles têm".

Ou seja, é ter muito, mas muito saco. Mesmo as mulheres.

Planejamento 2009

Vamos começar 2009 reativando o blog, que ficou dois meses parados para uma pequena "revisão de posicionamento", se é que podemos dizer isto.

O foco do blog continua o mesmo - a fascinante área onde tecnologia e negócios se tocam - e vou fazer no mínimo postagens semanais.

Vou tentar equilibrar o teor técnico incluindo temas que envolvem o aspectos de posicionamento profissional, gestão e mercado.

Em breve irei iniciar um outro blog, mais voltado às coisas da vida (filosofia barata?)... então, aviso a vocês.

Espero que meus textos sejam boas contribuições para vocês.

Abraços e que 2009 seja um sucesso para todos nós!